Disfunção da ATM
O que é?
A Articulação Temporomandibular (ATM) é a junção móvel entre a mandíbula e a base do crânio. Esta articulação é responsável por todos os movimentos que você faz com a boca, existindo uma em cada lado (em frente de cada orelha). As doenças desta articulação e dos músculos que fazem esses movimentos da boca são chamadas de disfunções temporomandibulares (DTM). Esta é uma doença que causa sofrimento a milhões de pessoas ao redor do mundo, diminuindo a qualidade de vida e restringindo o convívio social.
Quais as causas da DTM?
A disfunção da ATM está relacionada a hábitos nocivos, como o apertamento dentário e o BRUXISMO (ranger os dentes), a hábitos parafuncionais como ficar batendo levemente os dentes, morder os lábios ou bochechas, posições erradas de trabalho, de dormir, etc. Essa disfunção apresenta fatores relacionados com o estresse emocional e a depressão. Podemos falar, portanto, que a disfunção é de origem multifatorial, o que nos leva a traçar um tratamento diferenciado para cada paciente.
Quais são os sintomas da disfunção temporomandibular?
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Dor de cabeça de um ou ambos os lados da cabeça mais de dois dias por semana
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Um “clique” ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca
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Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar
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Boca que “fica presa”, trava ou sai do lugar
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Cansaço na face ou ao mastigar
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Alteração no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam (mordida desconfortável)
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Ranger ou apertar dos dentes noturno /diurno
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Alguns tipos de zumbido nos ouvidos
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Dor ou tensão no pescoço referindo dor para a face ou cabeça
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Dores na região cervical, irradiando para ombro e costas
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Dificuldade ao mastigar qualquer alimento, especialmente aqueles mais duros e consistentes
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Inchaço ao lado da boca e/ou da face
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Limitação de abertura da boca, dificultando a abertura máxima
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Desvio da mandíbula para um lado
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Surdez temporária
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Sensação de ouvido tampado
Como é realizado o tratamento?
Assim como a causa da DTM é multifatorial, seu tratamento deverá ser, em muitos casos, multidisciplinar, ou seja, envolver dentistas, psicólogos, médicos acupunturistas, otorrinolaringologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e, em casos extremos, cirurgiões bucomaxilofaciais.
Cabe ao dentista diagnosticar a disfunção temporomandibular, definir a gravidade do caso, fornecer ao paciente um prognóstico e propor o tratamento adequado para cada caso, indicando os profissionais de outras áreas a fim de solucionar o seu problema.
As alternativas de tratamento sempre devem ser baseadas em evidências científicas e tratamentos conservadores e pouco invasivos são sempre a primeira escolha. Os tratamentos englobam a utilização de aparelhos orais, terapias farmacológicas, termoterapia, fisioterapia, microcorrente, laserterapia, infiltrações articulares, bloqueios musculares, viscossuplementação, e, procedimentos cirúrgicos como artrocentese, artroscopia e cirurgias da ATM. A educação e a conscientização do paciente acerca de seu problema é extremamente importante, assim técnicas comportamental-cognitivas funcionam como um coadjuvante no tratamento.